segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A importância da força do trabalho

por Ramy Arany - kvt@uol.com.br

Como terapeuta comportamental consciencial, minha missão de trabalho é ensinar às pessoas a gestarem, na consciência desta gestação ser uma construção, e construir os talentos que são os meios, os canais, as ferramentas para a manifestação da própria construção. Desta forma, não há o que queiramos, para nós, que não seja possível de ser construído; porém, para que isto ocorra é necessário desconstruir a fascinação sobre o talento ser o extraordinário, o mágico, o pronto, e entendê-lo como a própria capacidade de construção, ou de gestar a ação. É preciso resgatar o prazer da construção que também pode ser entendido como o prazer de trabalhar e assim, construirmos através dos talentos nossa prosperidade que é sinônimo de construção evolutiva.
Hoje em dia, escolhemos nosso trabalho, principalmente o chamado profissional, através de valores que na maioria das vezes acabam por não nos atender em relação a uma verdadeira realização. É comum as pessoas dizerem que não estão satisfeitas ou realizadas em relação às suas escolhas profissionais e que se encontram presas a esta situação por razões financeiras. É também comum ouvir-se que, se não fosse pela necessidade de ganhar dinheiro para sobreviver, não estariam mais naquela profissão ou naquele emprego, ou talvez, nem estivessem mais trabalhando.
É necessário mudar a visão sobre trabalho, desvinculando-a de uma visão de resultados, que induz a pensar que as escolhas sejam feitas de fora para dentro e de forma fragmentada, o que as torna também superficiais. Porém, para mudar esta situação é necessário se permitir a uma nova visão sobre trabalho.
A natureza trabalha o tempo todo e nós seres humanos, também, pois tudo é trabalho na visão da consciência natural. Porém, é evidente que não fomos educados e desenvolvidos a ter prazer de trabalhar e muito menos a reconhecer, verdadeiramente, a força do trabalho, ficando evidenciada a idéia de que temos a obrigação de trabalhar, pois ninguém sobrevive sem dinheiro.
Observe que novamente o trabalho acaba sendo relacionado a dinheiro, quando deveria ser reconhecido como “a força-origem” que permite a construção do caminho que nos conduz para a manifestação de nossos objetivos, nos quais o financeiro é uma parte natural do retorno do todo deste trabalho.
Desta forma, o trabalho reconhecido como origem é uma grande força de precipitação para alcançarmos nossos objetivos onde o talento é o meio pelo qual esta força irá se manifestar. Porém, é necessário que a escolha, a vontade, o trabalho, o talento sejam em unicidade àquilo que desejamos para nós, pois sem este alinhamento poderá ocorrer uma fragmentação, por exemplo: entre a vontade e a escolha, entre a escolha e o trabalho, entre o trabalho e o talento e, assim, não alcançaremos nossos objetivos.
Na consciência gestadora, tudo pode ser elaborado a partir do desenvolvimento de um trabalho de construção, onde a visão de sorte ou azar, tenho ou não tenho, é para mim ou não é para mim, é transformada para a consciência do: “eu construo aquilo que é necessário à minha existência, através de um trabalho interno e externo onde, também, construo minhas ferramentas de trabalho, que são os talentos, e, desta forma, caminho na construção do passo a passo rumo ao encontro do que essencial para mim”.
Uma queixa muito comum é em relação a rotina do trabalho, porém, penso que o trabalho que realizamos não é o causador da rotina que gera o cansaço e a desmotivação, pois na natureza não há o igual ao outro. Assim como não há dois dias iguais, a rotina acaba se apresentando por conta da visão já viciada em enxergar o igual. Desta forma, é necessário que se mude a visão sobre a questão de ter de fazer todos os dias as mesmas coisas, pois quando mudamos nossa origem de referência, o novo se apresenta para nós. Isto significa que podemos manifestar nosso trabalho diário com a consciência de que cada dia é um dia na sua individualidade, ou seja, o que muda não é o externo e nem a forma, mas, sim, o sentido com o qual nós o manifestamos, trazendo o novo a cada dia sustentando, assim, a continuidade do próprio trabalho.
Quando escrevi o livro “Visão Gestadora, a Visão em Teia”, ainda não era falada sobre a crise, porém, passados alguns poucos meses após seu lançamento, o mundo se fragiliza frente a este momento difícil, ocasionando inúmeros desempregos, nos trazendo preocupações e pensamentos obscuros em relação ao futuro próximo planetário. Porém, se reconhecermos a força do trabalho como verdadeira solução para as dificuldades, entenderemos o caminho para a transformação desta crise, que se encontra retornando à sua origem, ou seja, às estruturas que a gestaram.
Sinto que necessitamos mais do que nunca acreditarmos verdadeiramente em nosso potencial de trabalho e reconhecermos nossos talentos como nossas ferramentas de construção. Portanto, não é momento de desânimo e sim de muito trabalho, de ação, de construção para que possamos passar por esta crise com firmeza e sairmos dela mais fortalecidos e sustentados no próprio reconhecimento à nossa capacidade de trabalharmos e de construirmos o que é necessário à nossa existência.
O desemprego, as dificuldades financeiras e a falta de oportunidades de crescimento não podem ser nossos referenciais de origem perante esta crise. Isto depende somente de nós mesmos, pois é nossa a escolha de pensarmos na crise, vivermos a crise, nos desesperarmos pela crise ou sustentarmos o trabalho contínuo, que nos preenche e nos dá a oportunidade da construção. Seja qual for o trabalho ele sempre é sagrado, pois nos dá a oportunidade de preenchermos nosso espaço-tempo com o prazer da construção o que nos dá a verdadeira motivação.
Preencha seu tempo com o trabalho e não permita que sua mente permaneça em um espaço vazio que o predisponha à ocupação pela tristeza e pela depressão. Trabalhe e construa sempre, assim como a natureza, que não se perde em crise, pois tudo na natureza é trabalho contínuo!
Deixo ao leitor uma orientação que costumo estender quando estou ensinando sobre o reconhecimento da força do trabalho: “Quer amor? Trabalhe! Está triste? Trabalhe! Está sem dinheiro? Trabalhe! A vida não está boa? Trabalhe! Quer reconhecimento? Trabalhe! Está cansado de trabalhar? Trabalhe mais ainda!
Bem, penso que o leitor já entendeu o que significa, mais profundamente, esta orientação, porém, se não entendeu, trabalhe! Desejo a todos um ótimo trabalho e uma prazerosa construção da sustentação de ser feliz!
Texto extraído do livro Visão Gestadora – A visão em Teia, Ramy Arany, 2008, Ed. KVT.

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