segunda-feira, 8 de junho de 2009

O jardim interno: você sabe como ele se encontra?



por Ramy Arany - ramyarany@kvt.org.br

"Era uma vez um jardineiro que cuidava de um jardim, cuja extensão de terra era muito grande e fértil. Todos os dias, ao amanhecer do dia, esse jardineiro já se encontrava acordado e iniciava seu trabalho de cuidar da terra para plantar as mais bonitas flores e as mais bonitas plantas. Observava, cuidadosamente, o local mais adequado para plantar as várias espécies de flores e plantas, na sabedoria de que elas necessitariam de maior quantidade de luminosidade, de calor do sol, de vento, de sombra e de água, pois ele conhecia muito bem este jardim e o que se encontrava plantando nele.

Seu ideal como jardineiro era tornar este jardim um local agradável, bonito por sua harmonia que pudesse fazer muito bem tanto para as pessoas que conviviam com ele, quanto para o próprio jardim no reconhecimento de que as plantas, as flores e a terra também necessitam de harmonia. Assim, ele sabia que não poderia plantar qualquer espécie de flores e plantas e também não poderia fazê-lo de qualquer jeito.

Assim, passava o dia trabalhando, observando, escolhendo e decidindo sobre tudo nesse jardim, nos mínimos detalhes e sempre preocupado em fazer tudo certo, tudo de forma perfeita, para que assim, fosse reconhecido pelas pessoas como um excelente jardineiro, aquele que se preocupa em fazer as coisas certas de maneira correta.

Ao terminar o dia, encontrava-se cansado, porém, com certa satisfação por ter conseguido mais uma vez cuidar de seu jardim e torná-lo a cada dia mais bonito para que todos pudessem admirá-lo e assim ser reconhecido. Porém, ao se deitar para o descanso merecido, sentia uma forte inquietação, um desconforto que o fazia rever todos os passos do dia, lhe trazendo conflitos, inseguranças e questionamentos sobre todo o trabalho realizado durante o dia no jardim. Estes sentimentos e pensamentos se reuniam em sua mente de forma intensa, gestando uma força contrária muito grande dentro de seu ser fazendo com que ele rejeitasse tudo o que havia construído de mais belo em seu jardim.

Sentindo o comando dessa força que nesse momento o conduzia, permitia-se retornar ao jardim e destruir tudo o que havia nele plantado, arrancando com suas próprias mãos cada flor, cada planta, judiando da terra e, deixando o local na mais profunda desarmonia e desamparo. Exausto por ter trabalhado o dia inteiro plantando e a noite inteira arrancando tudo o que havia de dia plantado, quando o dia amanheceu, novamente volta ao jardim e começa a plantar tudo de novo, sempre buscando a perfeição e o reconhecimento do outro pelo seu trabalho.

Assim, esse jardineiro passou sua vida inteira construindo de dia e desconstruindo à noite, retornando a construir de dia e a desconstruir à noite, sucessivamente até o momento em que desistiu de si mesmo, na crença de que ele nada valia e de que a vida não valia a pena ser vivida".

Essa história, que também pode ser considerada uma metáfora, representa a maneira como nós lidamos conosco mesmo e com nossa vida. Assim, o jardineiro é cada um nós e o jardim é o nosso interno, nossa consciência, nossas emoções, nossos sentimentos e a forma como cuidamos de nosso interno, de nós mesmos. Nos fala também sobre nossas crenças e valores e como lidamos com elas nos chamando para a atenção sobre a força que elas exercem sobre nós e o quanto isto, se não observado de forma madura e profunda, acaba por se tornar uma grande força negativa e contrária capaz de nos conduzir para ações também contrárias a nós mesmos.

Nossa mente é como um imenso jardim, ou seja, é um espaço interno que é muito grande e contínuo, onde plantamos nossas idéias, crenças e valores que determinam nossa maneira de pensarmos e conseqüentemente de agirmos. A potência de nossa mente é tão fecunda quanto a terra, pois tudo que colocamos na mente é gestado, cresce, e termina nascendo através de nossas ações que revelam aquilo que a mente oculta. Outra forma de revelação são as doenças que nós gestamos através da mente, para nós mesmos, principalmente a depressão, as psicoses, as manias, as neuroses e outras classificadas pela psiquiatria e psicologia.

Porém, o que mais necessitamos observar é a "força antagônica" que é existente em cada um de nós. Esta força é altamente destrutiva, egoísta, incansável, autoritária, prepotente, orgulhosa e acima de tudo contrária a tudo que nós pensamos em realizar de positivo para nós. Porém, ela é parte de nós e é gestada e parida por nós mesmos e cumpre a função de nos perseguir para nos destruir. Ela também se apresenta em várias dimensões de intensidade e de presença, pois em alguns ela é mais sutil, menos ativa e, para outros é tão potente que leva a situações como a autodestruição, a depressão profunda, a loucura, o suicídio.

Atendi certa vez, no Instituto KVT, uma senhora que me procurou para a solução de um problema de perseguição oculta a qual nenhum lugar conseguia ajudá-la a resolver. Sua queixa era, também, no sentido que esse "inimigo oculto" sabia de toda sua vida e seus projetos até mesmo aqueles que somente ela sabia. Dizia que este inimigo era muito forte e poderoso e que ele lhe atrapalhava em tudo. Esse caso me trouxe a clareza da presença da força antagônica e de como ela age e, principalmente a necessidade de torná-la visível para que possamos saber lidar com ela.

Infelizmente, quando conversei com a tal senhora e fui lhe explicando sobre este inimigo oculto ser ela mesma, ser a força antagônica interna, ela não aceitou dizendo que jamais faria isto com ela mesma e que com certeza era vítima da situação. Penso que o caso dessa senhora mostra bem o jardineiro de nossa história, pois de dia ela plantava seus projetos em seu jardim interno e à noite os arrancava, colocando a culpa em pessoas, energias, espíritos ruins.

Dicas para fortalecer a força interna contra a força antagônica:
- reconheça a si mesmo, sua capacidade, seu valor;
- seja comprometido com sua evolução, seu bem-estar, sua harmonia;
- busque conhecer a si mesmo;
- desapegue do outro, da opinião do outro, da admiração do outro;
- desconstrua a crença da perfeição, pois é força antagônica;
- se aceite como você é buscando melhorar sempre;
- saiba claramente o que você quer para si e construa, plante e sustente para a continuidade;
- nutra tudo o que você plantar de bom em seu jardim interno e na vida;
- lembre-se sempre de que a mente "mente";
- observe pensamentos ruins e insistentes, emoções e pensamentos viciosos, que são as "ervas daninhas" que invadem nosso jardim interno;
- seja um jardineiro presente, observador que conhece o jardim que se encontra plantando.

Caso você queira mais informações sobre este artigo mande seu e-mail para ramyarany@kvt.org.br

quarta-feira, 4 de março de 2009

O feminino e a liderança natural

A cada dia mais mulheres chegam ao mercado de trabalho e os índices de pesquisas apontam para um crescente contínuo da presença feminina nas áreas de nossa sociedade. Assim, mais e mais mulheres ocupam vários cargos e exercem suas competências de acordo com eles. Contudo, as pesquisas apontam também, para um baixo índice de mulheres ocupando cargos de liderança, significando que na nossa sociedade, embora a presença da mulher seja crescente em todas as áreas, a liderança como um todo, ainda é competência masculina.
Há pouco tempo ouvi uma frase que era assim: as mulheres "têm" os filhos e os homens "criam" os filhos, o que me trouxe a confirmação da visão de que as mulheres apenas são as "executoras", ou seja, fazem as coisas que necessitam serem feitas, enquanto os homens são os "gerenciadores", os que "comandam", "os que lideram" todas as coisas que são feitas. Se pensávamos que esta história do homem mandar e a mulher fazer era coisa de um passado ignorante e preconceituoso que determinava a inferioridade da mulher, sua incompetência para comandar perante a superioridade do homem, estávamos enganados, pois as pesquisas mostram que isto ainda é uma realidade.

Hoje muito desta idéia já é agregada ao reconhecimento da capacidade feminina para exercer várias competências em múltiplas dimensões, onde é visível a capacidade da mulher em ser "multi-mulher", pois o sexo, até então frágil, consegue lidar com várias situações ao mesmo tempo sem perder o foco e a visão do todo. Esta capacidade de lidar com várias situações e sustentar vários papéis ao mesmo tempo é assunto muito discutido e também foco de várias pesquisas. Porém, o que é que as mulheres tem que lhes permite serem assim: "multi-funcional", "multi-profissional", "multi-pessoa", multi-mãe. Ufa!!! só isto já dá para pensar que a mulher é "multi" em tudo.

Mas, retornando à pergunta, posso dizer como resposta que: o que permite que a mulher seja tão completa em si mesma, tão profunda e tão ampla em sua capacidade de se expressar e de manifestar suas ações é sua força feminina que é gestadora no sentido de construção. Desta forma, a partir deste entendimento, nos é possível compreender que o mistério do poder feminino é uma força que é natural, pois se encontra por toda e em toda a natureza.
Assim, a mulher é como a natureza que também pode ser reconhecida como "mulher", pois é "mãe", portanto, feminina. A mãe-natureza é "multi" em tudo, pois sua força é presente em tudo ao mesmo tempo. Na natureza, a árvore não para seu ciclo de crescimento para que a montanha possa crescer; não para de dar flores para que somente os frutos possam nascer; o rio não para de correr para que a noite possa nascer. A natureza é contínua em seu todo e consegue manter-se sustentada mesmo exercendo todas as suas funções, que reconheço serem múltiplas. A Mãe Natureza gesta e pare ao mesmo tempo de forma contínua para que nossa existência seja sustentada, e assim, são as mulheres, por isto são capacitadas para sustentarem muitas coisas ao mesmo tempo.

Há muito tempo, num tempo ancestral, as mulheres eram muito próximas à Mãe-Natureza e vivam de acordo com as leis naturais; eram muito respeitadas e tidas como sábias e sagradas, onde exerciam a liderança e conduziam a vida de seus povos, pois afinal, carregam em si a herança materna: o comando natural.

Pensando que a natureza é nossa origem e sendo "mãe" é feminina, posso dizer que a liderança feminina é a origem e que esta origem é natural. Desta forma, penso ainda, que as mulheres são as grandes líderes que se abrem espontaneamente para a passagem através de si mesmas da continuidade da vida e da existência, pois, afinal, todos nós, homens ou mulheres nascemos do ventre da mãe, fomos nutridos pelo leite da mãe e aprendemos os primeiros passos e as primeiras palavras através de seu comando. Por mais que se questione, a liderança natural é feminina.

Infelizmente, hoje, a maioria das mulheres está afastada da natureza, da mãe, do feminino, da maternidade e da capacidade gestadora natural e pensa que necessita ser igual aos homens para poder mostrar suas capacidades e provar que é capaz para liderar, conduzir, direcionar, sustentar e nutrir. Por que a mulher precisa se masculinizar e competir pelo lugar que pela lei natural da origem é de seu natural direito?

Competição e disputa é tendência masculina que os homens de hoje herdaram dos ancestrais mais primitivos, não é essência feminina, pois a mulher é agregadora, é sustentadora, é comunicadora, é nutridora e possui uma grande capacidade de ver a parte e o todo o que lhe dá também as condições de ser grande empreendedora e excelente planejadora.

As mulheres, contudo, necessitam se despertarem para seus verdadeiros talentos naturais e, com isto, reconstruir a imagem do feminino através da "força feminina" para assim, retornarem a liderança à sua origem: o feminino. Que este dia internacional das mulheres possa reverter muitas ações positivas às causas femininas e possa contribuir para a sustentabilidade da melhoria da qualidade existencial das mulheres em todo nosso planeta.

Deixo como mensagem de presente a você, mulher,neste nosso dia que ser mulher é muito especial, tão especial que é ser como a natureza: mãe, nutridora, sustentadora, impulsionadora, amorosa, paciente, persistente, visionária, agregadora e que o mundo se move e é sustentado pela força das mulheres, que por centenas de milhares de anos nunca se cansaram de ser as "multi-mulheres" de cada ciclo de tempo.

Para você, "multi-mulher" e líder natural, feliz dia internacional das mulheres!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A importância da força do trabalho

por Ramy Arany - kvt@uol.com.br

Como terapeuta comportamental consciencial, minha missão de trabalho é ensinar às pessoas a gestarem, na consciência desta gestação ser uma construção, e construir os talentos que são os meios, os canais, as ferramentas para a manifestação da própria construção. Desta forma, não há o que queiramos, para nós, que não seja possível de ser construído; porém, para que isto ocorra é necessário desconstruir a fascinação sobre o talento ser o extraordinário, o mágico, o pronto, e entendê-lo como a própria capacidade de construção, ou de gestar a ação. É preciso resgatar o prazer da construção que também pode ser entendido como o prazer de trabalhar e assim, construirmos através dos talentos nossa prosperidade que é sinônimo de construção evolutiva.
Hoje em dia, escolhemos nosso trabalho, principalmente o chamado profissional, através de valores que na maioria das vezes acabam por não nos atender em relação a uma verdadeira realização. É comum as pessoas dizerem que não estão satisfeitas ou realizadas em relação às suas escolhas profissionais e que se encontram presas a esta situação por razões financeiras. É também comum ouvir-se que, se não fosse pela necessidade de ganhar dinheiro para sobreviver, não estariam mais naquela profissão ou naquele emprego, ou talvez, nem estivessem mais trabalhando.
É necessário mudar a visão sobre trabalho, desvinculando-a de uma visão de resultados, que induz a pensar que as escolhas sejam feitas de fora para dentro e de forma fragmentada, o que as torna também superficiais. Porém, para mudar esta situação é necessário se permitir a uma nova visão sobre trabalho.
A natureza trabalha o tempo todo e nós seres humanos, também, pois tudo é trabalho na visão da consciência natural. Porém, é evidente que não fomos educados e desenvolvidos a ter prazer de trabalhar e muito menos a reconhecer, verdadeiramente, a força do trabalho, ficando evidenciada a idéia de que temos a obrigação de trabalhar, pois ninguém sobrevive sem dinheiro.
Observe que novamente o trabalho acaba sendo relacionado a dinheiro, quando deveria ser reconhecido como “a força-origem” que permite a construção do caminho que nos conduz para a manifestação de nossos objetivos, nos quais o financeiro é uma parte natural do retorno do todo deste trabalho.
Desta forma, o trabalho reconhecido como origem é uma grande força de precipitação para alcançarmos nossos objetivos onde o talento é o meio pelo qual esta força irá se manifestar. Porém, é necessário que a escolha, a vontade, o trabalho, o talento sejam em unicidade àquilo que desejamos para nós, pois sem este alinhamento poderá ocorrer uma fragmentação, por exemplo: entre a vontade e a escolha, entre a escolha e o trabalho, entre o trabalho e o talento e, assim, não alcançaremos nossos objetivos.
Na consciência gestadora, tudo pode ser elaborado a partir do desenvolvimento de um trabalho de construção, onde a visão de sorte ou azar, tenho ou não tenho, é para mim ou não é para mim, é transformada para a consciência do: “eu construo aquilo que é necessário à minha existência, através de um trabalho interno e externo onde, também, construo minhas ferramentas de trabalho, que são os talentos, e, desta forma, caminho na construção do passo a passo rumo ao encontro do que essencial para mim”.
Uma queixa muito comum é em relação a rotina do trabalho, porém, penso que o trabalho que realizamos não é o causador da rotina que gera o cansaço e a desmotivação, pois na natureza não há o igual ao outro. Assim como não há dois dias iguais, a rotina acaba se apresentando por conta da visão já viciada em enxergar o igual. Desta forma, é necessário que se mude a visão sobre a questão de ter de fazer todos os dias as mesmas coisas, pois quando mudamos nossa origem de referência, o novo se apresenta para nós. Isto significa que podemos manifestar nosso trabalho diário com a consciência de que cada dia é um dia na sua individualidade, ou seja, o que muda não é o externo e nem a forma, mas, sim, o sentido com o qual nós o manifestamos, trazendo o novo a cada dia sustentando, assim, a continuidade do próprio trabalho.
Quando escrevi o livro “Visão Gestadora, a Visão em Teia”, ainda não era falada sobre a crise, porém, passados alguns poucos meses após seu lançamento, o mundo se fragiliza frente a este momento difícil, ocasionando inúmeros desempregos, nos trazendo preocupações e pensamentos obscuros em relação ao futuro próximo planetário. Porém, se reconhecermos a força do trabalho como verdadeira solução para as dificuldades, entenderemos o caminho para a transformação desta crise, que se encontra retornando à sua origem, ou seja, às estruturas que a gestaram.
Sinto que necessitamos mais do que nunca acreditarmos verdadeiramente em nosso potencial de trabalho e reconhecermos nossos talentos como nossas ferramentas de construção. Portanto, não é momento de desânimo e sim de muito trabalho, de ação, de construção para que possamos passar por esta crise com firmeza e sairmos dela mais fortalecidos e sustentados no próprio reconhecimento à nossa capacidade de trabalharmos e de construirmos o que é necessário à nossa existência.
O desemprego, as dificuldades financeiras e a falta de oportunidades de crescimento não podem ser nossos referenciais de origem perante esta crise. Isto depende somente de nós mesmos, pois é nossa a escolha de pensarmos na crise, vivermos a crise, nos desesperarmos pela crise ou sustentarmos o trabalho contínuo, que nos preenche e nos dá a oportunidade da construção. Seja qual for o trabalho ele sempre é sagrado, pois nos dá a oportunidade de preenchermos nosso espaço-tempo com o prazer da construção o que nos dá a verdadeira motivação.
Preencha seu tempo com o trabalho e não permita que sua mente permaneça em um espaço vazio que o predisponha à ocupação pela tristeza e pela depressão. Trabalhe e construa sempre, assim como a natureza, que não se perde em crise, pois tudo na natureza é trabalho contínuo!
Deixo ao leitor uma orientação que costumo estender quando estou ensinando sobre o reconhecimento da força do trabalho: “Quer amor? Trabalhe! Está triste? Trabalhe! Está sem dinheiro? Trabalhe! A vida não está boa? Trabalhe! Quer reconhecimento? Trabalhe! Está cansado de trabalhar? Trabalhe mais ainda!
Bem, penso que o leitor já entendeu o que significa, mais profundamente, esta orientação, porém, se não entendeu, trabalhe! Desejo a todos um ótimo trabalho e uma prazerosa construção da sustentação de ser feliz!
Texto extraído do livro Visão Gestadora – A visão em Teia, Ramy Arany, 2008, Ed. KVT.

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